sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Saga de um guerreiro


Eis que lá está ele. Sobre o ponto mais alto dos morros. Seu braço esquerdo, já sem forças, deixou cair o escudo. O sangue escorrendo, formando diversos desenhos em seu braço. A mão direita, com muito esforço, consegue empunhar a espada e levantá-la sobre a sua cabeça. Quão longa fora aquela jornada...

Nos últimos tempos, tudo parecia desmoronar. A sólida fortaleza onde se refugiara por tanto tempo se mostrou não tão sólida assim. Desmoronou, e com isso trouxe o caos.

Vagou pelo mundo procurando uma explicação, mas ela não veio. Talvez por não existir... Na trajetória, visitou lugares, encontrou pessoas, mas muitas delas não tinham rostos ou nomes.

Continuou a vagar e imaginou ter encontrado uma nova fortaleza, mas durante o primeiro combate as muralhas desmoronaram. Não restou pedra sobre pedra. Abandonou aquele novo lugar levando consigo nada mais que as boas lembranças, deixando todo o resto para trás.

Mas tudo isso o transformara em um homem sem esperanças. Vagou dias e dias sem rumo, sem encontrar um sentido ou uma direção. As belas flores da primavera já não mais se distinguiam dos galhos secos e mortos da caatinga.

Quando tudo parecia definitivamente perdido e sem razão, algo o fez olhar em outra direção. Conhecera uma pessoa ao longo de sua jornada que, antes de partir, lhe fez pensar realmente sobre o que buscava. Ele acabou descobrindo que não poderia encontrar no mundo algo que só poderia ser encontrado dentro dele mesmo.

Ao perceber isso, reuniu o que restava de seus armamentos e suas forças e partiu para a reconquista de seu reino. Com sua confiança revigorada pôde estabelecer novas alianças e aumentar seu poder combativo.

Novas vitórias foram conseguidas, luta após luta. Vieram outras derrotas. Mas não mais a desesperança. Assim, reunia, naquele momento, forças para celebrar mais uma vitória. A guerra ainda não terminara, mas aquele belo pôr-do-sol avermelhado seria o prenúncio de novos tempos.

Nenhum comentário: